O controle de carga é uma ferramenta muito importante para o planejamento e monitoramento do treinamento esportivo. Tanto para atletas amadores quanto profissionais, entender e ajustar a carga de treino pode significar a diferença entre evolução constante, estagnação ou até mesmo risco de lesões. Com uma carga ideal, o corpo é estimulado adequadamente a se adaptar e melhorar. Cargas excessivas aumentam o risco de overtraining, enquanto cargas insuficientes impedem o progresso.
Saber interpretar o dashboard de controle de carga é, portanto, um diferencial. Ele permite identificar tendências, prevenir desequilíbrios e tomar decisões baseadas em dados que complementam a experiência prática dos atletas e treinadores.
TSI (Training Stress Index)
O volume de treino é um fator crucial para compreender e gerenciar a carga aplicada ao atleta. No Treinus, esse volume é quantificado pelo TSI (Training Stress Index), uma métrica que combina dois elementos fundamentais: a duração da atividade e o IS (Intensity Score), que reflete intensidade relativa do treino, em função da capacidade física do atleta.
Você pode aprender mais sobre o TSI e IS neste artigo.
Ao acompanhar o TSI ao longo do tempo, é possível verificar se há uma progressão adequada na carga, bem como identificar a existência de variações semanais que garantam períodos apropriados de recuperação. Com o Treinus, você consegue realizar esse tipo de análise de forma prática e visual, por meio dos gráficos que apresentaremos a seguir.
Carga Crônica, Carga Aguda e ACWR
Este gráfico permite identificar se o atleta está evoluindo, estabilizado ou perdendo condicionamento.
Carga Aguda: média da carga dos últimos 7 dias.
Carga Crônica: média da carga das últimas 4 semanas.
Razão Aguda:Crônica (ACWR): relação entre a carga aguda e a carga crônica, utilizada para detectar desequilíbrios que possam levar ao risco de lesões ou queda no desempenho. Uma ACWR alta (> 1,3) indica risco elevado devido ao aumento repentino na carga, enquanto uma ACWR baixa (< 0,8) sugere estímulo insuficiente e possível perda de condicionamento.
Exemplos práticos para interpretação da ACWR:
Exemplo 1: Um atleta com carga aguda de 650 e carga crônica de 500 terá uma ACWR de 1,3 (650 ÷ 500 = 1,3 ou 130%). Isso indica um aumento significativo de 30% na carga recente, aumentando o risco de lesão.
Exemplo 2: Outro atleta com carga aguda de 400 e carga crônica de 500 terá uma ACWR de 0,8 (400 ÷ 500 = 0,8 ou 80%). Neste caso, a carga atual pode estar insuficiente para manter ou melhorar o desempenho.
Monitorar essas métricas ajuda a identificar progressões (tendências ascendentes), estabilizações (platôs) e regressões (quedas) no condicionamento físico. Picos acima da linha vermelha nem sempre são negativos, mas devem ser observados com atenção, já que podem indicar risco de lesão.
Monotonia e Strain
O gráfico de monotonia e strain mostra como a carga está sendo distribuída ao longo da semana, destacando a importância da variação nos treinos. Essa variação é fundamental para garantir a recuperação adequada e estímulos diversificados ao atleta.
Monotonia: Mede a variação diária na carga semanal. Alta monotonia significa pouca variação nos treinos, elevando o risco de lesões e queda de desempenho.
Strain: Resultado da multiplicação da monotonia pela carga semanal total. Um strain alto indica acúmulo excessivo de fadiga, alertando para a necessidade de recuperação ou ajustes na carga.
Esforço e recuperação
O gráfico de percepção subjetiva de esforço (PSE) e recuperação (PSR) permite analisar, ao longo do tempo, a relação entre o esforço percebido durante as sessões de treino e o nível de recuperação percebido antes de cada sessão. Essa visualização possibilita avaliar se o atleta está obtendo recuperação suficiente em relação à carga de treinamento aplicada.
Indicadores Subjetivos de Bem-estar
Além das métricas objetivas, o dashboard também apresenta indicadores subjetivos como fadiga, qualidade do sono, dor muscular, estresse e humor. Esses dados fornecem insights valiosos sobre as respostas individuais ao treino, atuando como um termômetro para ajustes personalizados e ajudando a otimizar o planejamento conforme os objetivos de cada atleta.
A interpretação dos gráficos é simples e intuitiva: quanto maior a barra, pior o estado indicado. O ideal é que as métricas de bem-estar fiquem com as barras abaixo da linha verde, sinalizando um bom equilíbrio físico e mental.
Essas informações não são coletadas automaticamente pelos dispositivos. Para que apareçam no dashboard de controle de carga, é necessário que os atletas preencham o feedback após cada treino realizado.
O Dashboard de Controle de Carga do Treinus permite que atletas e treinadores tomem decisões fundamentadas em dados, equilibrando carga e recuperação de maneira eficiente. Compreender e monitorar essas variáveis garante treinos mais seguros, produtivos e personalizados, auxiliando atletas a alcançarem seus objetivos.
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